segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Bater para ensinar

E depois da discussão que me levou a escrever os últimos dois post passou-se a seguinte situação que me fez pensar ainda mais no assunto:

Durante as férias estávamos nós na praia quando de repente um casal e uma criança de cerca de 8-9 anos que estavam ao nosso lado começaram muito aflitos a chamar pelo nome de outra criança. A filha mais nova tinha desaparecido, ela teria uns 3-4 anos. Foi uma situação de muito stress os pais correram imediatamente para o parque de estacionamento, temendo o pior e em segundos toda a gente procurava a criança chamando o nome dela. E passados uns minutos, alguém encontra a criança mesmo ali ao lado, que no meio daquela confusão brincava distraidamente na areia.
O pai pegou na criança com alguma violência deu-lhe umas palmadas e levou-a para perto das toalhas sempre a dizer-lhe que não devia ter saído da vista deles. A mãe depois daquela aflição sentou-se na areia perto da filha, disse-lhe que os tinha assustado muito para não voltar a fazer e chorou de alivio. Passado o stress os pais foram para as toalhas e a criança ficou onde a tinham deixado a chorar...

E então? Aquelas palmadas trouxeram alguma lição à criança? Seriam neste caso indispensáveis para que nunca mais se repita tal? Foram um impulso da aflição do pai? Achará aquele pai que agiu como devia?

Pois bem, não quero aqui dizer que este pai está errado, porque nestas coisas da educação nunca se sabe bem quem tem razão e o que realmente trará melhores resultados. Mas na minha opinião, a criança teria aprendido a lição só de ver a aflição dos pais e uma conversa sincera com ela ajudaria.
Mas acrescento mais, quando uma criança erra muitas vezes age-se dando palmadas ou castigos sem tentar perceber o que levou a criança a errar, no caso do post anterior, por exemplo, porque é que a criança empurou o amigo? Não existe motivo para fazer mal a alguém, isso é certo, mas e se foi em legitima defesa? Se não fosse o amigo a cair cairia ela... Nos adultos quando se age em legitima defesa existe perdão, não é verdade?
E no caso da criança que desapareceu, quem foi negligente? A criança que saiu de perto dos pais sem avisar ou os pais que não estavam a olhar para a criança?
Cada caso é um caso, cada criança uma criança e cada família uma família.... O que está certo, o que está errado cabe a cada um de nós analisar e dessa forma agir segundo os seu principios... não esquecendo como já tenho referido que somos humanos e que errar é humano mas corrigir também.

2 comentários:

Especialmente Gaspas disse... [Responder Comentário]

Sim, essa criança não aprendeu nada apanhando. Nitidamente essas palmadas foram mais para alivio dos pais do que outra coisa...

Pelos visto tinha irmãos e nem os pais nem os irmãos pelos vistos estavam de olho na criança mais pequena... Com os miúdos temos sempre de ter mil olhos abertos!!

Se fosse a esposa que estivesse ali perto a falar com uma amiga e o marido estivesse tonto à procura dela, será que quando a achasse tb lhe ia bater para não se afastar do pé dele?

Cora disse... [Responder Comentário]

Uma vez trabalhava em uma loja que vendia muitos objetos de vidro e um garotinho de uns 10 anos quebrou um deles...a norma da loja era cobrar da pessoa o objeto quebrado( eu acho errado mas tudo bem)...enfim...quando falei para o pai do menino que ele havia quebrado, ele violentamente deu um tapa na cabeça do menino que em silêncio chorou nos braços da mãe (também calada)!
Eu fiquei extremamente sem jeito e com pena da criança, mas é claro não disse nada!
Aquele fato me mostrou o quanto a violência com os filhos é gratuita!!
Nunca mais esquecerei este dia!
E uso suas palavras para terminar meu comentário, será que esta criança aprendeu a não mexer em objetos de vidro em lojas ou guardará essa mágoa do pai?
fico com a segunda opção!

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