terça-feira, 29 de maio de 2012

Horta na varanda é possível

Viver numa cidade tem muitas vantagens e numa cidade com Munique é mesmo muito bom. Temos tudo o que uma cidade desenvolvida pode oferecer, hospitais de qualidade, escolas, transportes públicos e muitos mas mesmo muitos espaços verdes. A unica coisa que falta para ficar perfeita e uma casinha com jardim aqui para a família :)
Mas enquanto isso não se proporciona ficamo-nos com um apartamento simpático mas sem um espaço verde privado onde possa fazer a nossa hortinha sendo assim e como eu e o Leo não somos de desistir de encontro com os primeiros limites fizemos a nossa hortinha na varanda.
Já tinha mostrado aqui que mesmo a nossa varanda sendo bastante pequena (3m x 1,60m) mantínhamos uma horta só para que o Leo tivesse noção que os legumes não existem só no supermercado (tínhamos tomate e morangos).

Acho super importante que as crianças desde cedo tenham uma ligação com a natureza e com o ciclo da vida. Quando vamos de férias é maravilhoso ver o Leo contente a correr pela horta dos avós e a colher os legumes e aqui consegui pelo menos dar-lhe um pouco desse gostinho.
Não nos alimentamos como devem adivinhar só daquilo que temos na hortinha, o objectivo principal é o Leo participar no cultivo e apanhar a sua própria comida para levar para a panela, nem que seja só de vez em quando :) E tem funcionado muito bem, o Leo come muito bem o que acredito ser também resultado desta ligação tão próxima com os legumes.

E este ano colocámos mãos à obra e fomos bastante ambiciosos mas está a correr muito bem:

Temos:
Courgette já com flor

Morangos 

Espinafres dos quais já fizemos bastante sopa e saladas 

Um tomateiro que logo logo estará cheio de tomates-cereja

Alfaces, a produção mais eficiente até agora, faz mais de um mês que andamos a cortar as folhinhas para salada e está sempre a crescer, já faz imenso tempo que não compro alface :)

Ervilheira, Feijoeiro e Rucola 

Todos plantados em vasos, os courgetes, as ervilheiras e o feijoeiro ainda estão em experiência, não sei se vai resultar se bem que os courgetes já tenham flores. 

Mas o mais importante é a ligação que temos com as plantinhas, e os momentos em que vivemos essa relação tratando delas juntos -regamos frequentemente e coloco fertilizante organico de 3 em 3 semanas.
Este fim de semana lutamos contra o inicio de uma praga de pulgões nos nossos espinafres mas o amigo google encontrou para nós uma receita que resultou mesmo: 

Receita contra pulgões:
- Borrifar as plantas com 1 dente de alho desfeito com o liquidificador ou varinha mágica em 1l de água. Deitei durante 3 dias e desapareceram os pulgões.
(Não usar em feijoeiros pois inibe o crescimento destes)

E a nossa hortinha continua saudável e linda :) 

E por aí também brincam de agricultores?  

terça-feira, 22 de maio de 2012

Bilinguismo - Papás portugueses na Alemanha

Ter a possibilidade de lidar diariamente com duas línguas e criar o meu filho neste ambiente é para mim um privilégio. Existe uma infinidade de estudos e opiniões sobre o assunto, todos são unanimes quanto às vantagens no desenvolvimento da criança e posteriormente na construção do seu futuro sendo que esta já leva uma bagagem com 2 ou mais línguas.
Já li muitos testemunhos de famílias que educam os seus filhos em ambientes multi-linguísticos e faz uns tempos que queria falar sobre como nós abordamos está questão cá em casa.
Quem já leu sobre o assunto sabe que existem alguns estudos que dizem que é importante para o desenvolvimento da criança separar bem as duas línguas, cada pai falar uma língua ou como no nosso caso, que ambos falamos português, separar os ambientes casa-rua (português-alemão). Também existem muitos que afirmam que criança que vive num ambiente bilingue acaba por falar mais tarde, misturar as línguas e ter problemas com isso.
Pois eu vos digo que cada caso é um caso :) Por aqui é assim:

O Leo começou a falar com 10 meses e sempre foi muito falador, passa o dia num blabla que só visto :) Inicialmente só falava português e o contacto que tinha com o alemão era reduzido, no grupinho de mães que frequentávamos e na natação, mesmo assim foi fantástico de ver como ele entendia o que a professora de natação lhe dizia - ele fazia o que ela dizia em alemão.
A partir do primeiro ano começamos a ouvir musica em alemão com mais frequência, a frequentar mais grupos. Eu percebia que o Leo entendia o que lhe era dito mas ele só falava português. Ensinei-lhe o nome de alguns animais em alemão e era a unica coisa que ele dizia mas só quando eu pedia.
Passado uns tempos ele começou a perguntar como se dizia determinada palavra em alemão (carro, pão, água...) E como ele via que sempre que saiamos de casa eu passava a falar alemão ele tinha essa fronteira entre as línguas muito definida.
Em casa ele dizia "Mamã quero água" na rua pedia somente "Wasser"(água).
E começou a pedir para eu traduzir o nome de objectos que ele não sabia e mesmo as conversas que eu tinha com as outras pessoas.
Neste momento tive algumas duvidas, sempre li que o ideal é separar bem as duas línguas e que as crianças aprendam a segunda língua tal como aprenderam a primeira, sem ser necessário traduções, simplesmente deixar fluir por osmose :)
Aqui não foi possível fazer isso... se ele perguntava eu não tinha como não responder.

Perto dos 2 anos começou a ver desenhos animados exclusivamente em alemão e também as suas relações com as outras crianças com quem saímos frequentemente a ficarem mais sólidas e comunicativas.
Hoje ele embora ainda não saiba falar muito alemão está muito interessado, entende muito e diz bastantes frases. O mais interessante é vê-lo comunicar-se com as outras crianças :)
Frequentamos um curso de musica e ele até já canta um monte de musicas em alemão :)

Em Setembro ficará certamente um expert em alemão com a entrada no infantário.
Mas o que eu acho mais relevante neste processo de aprendizagem todo é a separação que ele faz das duas línguas e as traduções que me pede.
O interesse que mostra é lindo de ver.

O assunto do bilinguismo era algo que me preocupava, tinha medo que o Leo se sentisse diminuido por não entender ou ser entendido, mas criança é uma esponja :) aprendem com uma facilidade fantástica e um interesse de meter inveja. Temos mais é que aproveitar esta fase.
E ele tem muito orgulho em saber alemão, por vezes nas brincadeiras aqui em casa ele fala com os seus carros e bonequinhos somente em alemão e já pede para as histórinhas serem contadas em alemão. E como o papá com os colegas do trabalho só fala em inglês o Leo já começou a perguntar como se diz em Inglês determinadas palavras.

E se saber várias línguas só traz vantagens vamos deixar o pequeno absorver tudo o que tiver vontade :)

Na minha humilde e singular experiência acho que este sucesso se deve muito ao facto de ele quando aprendeu as primeiras palavras em alemão já tinha o português bastante desenvolvido.
Vamos ver como vai correr com a entrada no infantário.

E por aí existem muito promissores a poliglotas?
Qual é a vossa experiência, contem para mim?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Jogos de tabuleiro

Estando o Leo a caminho dos 3 anos e em Setembro entrará para a escolinha acho super importante ensiná-lo algumas regrinhas. Tenho para isso procurado Jogos  de tabuleiro para a idade dele e não tem sido fácil, ou têm muitas pecinhas que acho acaba por distrair muito do objectivo ou ficarem muito complicados ou é demasiado simples para o preço que custam.
Nós por aqui brincamos muito de imaginação, joguinhos de concentração, puzzle, Legos mas acabam sempre por ser jogos muito individuais, embora eu brinque muito com ele falta o espirito de equipa, falta o espirito de competição saudável e para isso acho os jogos de tabuleiro muito apropriados.

Os jogos de tabuleiro:
- Ajudam a estimular os raciocinio e concentração;
- A respeitar a vez de jogar , trabalhando a paciência (neste aspecto já ensinei o Leo desde cedo a respeitar a fila no parque para o escorrega ou outro brinquedo);
- A aprende a ganhar e a perder ajudando assim a criança a conviver com as adversidades da vida e resolver  problemas do dia-a-dia;

Sendo assim e como hoje chove, nada melhor do que iniciar a nossa aprendizagem e diversão. E para começar de forma bem simples e barata, construí eu mesma o nosso primeiro jogo de tabuleiro:

Enquanto a mamã fazia o jogo o Leo fez desenhos e cortou canudinhos
Fiz um jogo bem simples, retirando uma ideia de um jogo que vi à venda de uma corrida de caracóis :)
Numa folha A4 fiz as pistas e construí o dado com as cores escolhidas.




Depois é só escolher os protagonistas do jogo e jogar :)


Iniciamos o jogo jogando juntos, o Leo lançava o dado (valia a sala inteira :) ) via a cor que calhava e avançava com o bonequinho correspondente, se nenhum tinha a cor que saiu jogava novamente o dado e assim até o primeiro bonequinho chegar na meta. Durante o jogo eu ia perguntando quem estava em primeiro, quem era o ultimo, qual iria ganhar e ele pensava e respondia cada pergunta com muito entusiasmo.

Depois claro que tivemos que jogar com os carros, o tabuleiro ficou um pouco pequeno para o tamanho dos carros mas deu para jogar :) desta vez dois carros eram do Leo e dois eram meus. Ganhou um dos meus, ainda pensei que ele ia ficar triste, mas divertimo-nos tanto que ele nem ligou a quem ganhou :)


Agora o Leo foi dormir com a promessa que jogaremos mais depois do soninho. :)
Super recomendo
Fácil de fazer e com diversão garantida.





sábado, 12 de maio de 2012

Brincar com as crianças - dicas 3

Hoje estão menos 20 graus que ontem, este tempo deixa-me doente.
Ontem passamos a manhã na piscina de plástico na varanda e a tarde nas piscinas aqui da vizinhança... o Leo divertiu-se à grande. Ultrapassou mais um dos seus medos, escorregar no escorrega da piscina... depois que conseguiu passou a tarde toda só a escorregar... foi muito bom de ver o meu pequeno todo orgulhoso :)

Com uns dias tão activos esta semana como vamos ocupar o dia hoje dentro de casa??? Não vai ser fácil...
São 10 da manhã e já consegui 30 minutos de diversão e criatividade.

Desenho criativo 
(Vi esta ideia faz já algum tempo num site de uma mãe americana mas lamentavelmente não me lembro mais onde foi)


Material: canetas de pintar, carros e folha de papel (ideal é uma de grandes dimensões)

Prender as canetas nos carros com fita-cola e pronto é só deixar a imaginação fluir.



O Leo continua lá a fazer estradas :) vou brincar um pouco com ele 
Bom fim de semana

domingo, 6 de maio de 2012

Aqueles que nunca foram crianças

Existe um espécime humano que me parece que nunca foi criança ou então não o deixaram ser (o que não deixa de ser muito triste) ou pior ainda, um espécime que durante o seu desenvolvimento deixou de ter vida própria e passa o dia a "rosnar" sobre a vida dos outros.
Conhecem este espécime?

Não estou ressentida, nem chateada com ninguém em particular, tanto que, o meu estado de espirito do momento é de completa harmonia com o mundo e indiferença aos que não acrescentam nada na minha vida.

Mas digam-me lá minha gente, se não é triste ver pessoas intolerantes a crianças. E não estou a falar daquelas crianças que fazem uma tamanha birra num local fechado ou aquele bebé que chora não se sabe bem porquê incansavelmente... porque nestes casos eu até consigo entender que possam estar a incomodar. Eu mesma como mãe numa situação dessas me sinto incomodada por estar a incomodar e se possível afasto-me do local para acalmar a cria.
Claro que quando não é possível espero alguma tolerancia das pessoas que nos rodeiam.
Birras exageradas e choros de fome são de certa forma culpa nossa, dos pais, e temos, a meu ver, de minimizar ao máximo a sua ocorrência de forma a não provocar mais inimigos.

Mas o espécime que me refiro é aquele que se incomoda com a normal vivência da criança: o correr, o cantar, o explorar do mundo e mesmo o xixi que escapa no meio de uma brincadeira (sim podem acreditar).
Vivo num bairro com muitas crianças, no qual existem vários parques infantis, vários privados e 2 públicos. Os parques públicos ficam na zona de prédios novos, os quais foram projectados aquando a construção do bairro, ou seja, todas as pessoas que compraram ou alugaram apartamentos sabiam da sua existência.
Eu não alugo casa junto à linha do comboio porque não gosto do barulho do comboio, certo?

Pois bem, o que se faz a alguém que se incomoda com o barulho que crianças fazem a brincar porque escolheu viver junto de um parque de crianças?
Lembrar-lhe que um dia já foi criança? Lembrar-lhe que as crianças são necessárias nem que seja para um dia lhe pagarem a reforma...
Fiquei tão indignada com o comportamento de uns destes espécimes que não consegui ficar sem partilhar com vocês...
Um destes espécimes foi capaz de pegar na mangueira do seu jardim e "regar"um criança de 2 anos e pouco que balançava no baloiço. Podia ser o Leo... fiquei parva quando soube da história. E parece que a mãe ficou também que nem soube como reagir... este espécime merece ser considerado humano?

Mas a história não acaba aqui... esta semana o Leo brincava na caixa de areia com uns amigos de repente disse que queria fazer xixi, não dando tempo para ir até casa afastei-me um pouco do parque e o Leo fez o seu xixi junto a uma árvore. Fique claro que não é uma prática comum (mas que por vezes acontece com os pequenos que brincam no parque) e que se fosse eu aguentaria, mas o meu filho tem 2 anos e meio não consegue aguentar como eu, certo.
Qual não é o meu espanto quando chega um senhor, vindo directamente do seu jardim, muito indignado e achando-se cheio de razão reclamar conosco... que o que fazíamos era errado. Disse-lhe simplesmente que se tratava de uma criança e virei costas, ele lá continuou a barafustar.
Como pode existir gente tão pouco gente???
É triste de ver... Será que nunca foram crianças??
Ou então serei eu que estou errada?

O que mais me deixa com pena desta gente é saber que SE FOSSE UM CÃO a fazer xixi na árvore não haveria problema nenhum. Este mundo está muito estranho...


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Voltei e com novidades

Ai que saudades daqui... sentiram a minha falta? Eu senti a vossa :)

O ultimo mês foi um pouco complicado, tenho andado muito cansada e sem capacidade para escrever e o Leo também tem dado muito trabalhocom algumas birrinhas (ou a mamã aqui é que anda com menos paciência). O que vale é que está um tempo maravilhoso e acabamos por passar a maioria do nosso dia na rua a brincar no parque.

Amigas estou muito feliz, cansada, preocupada, super enjoada mas MUITO FELIZ :)
Pois é não aguento mais sem partilhar por aqui... escrevo aqui sobre mim como mãe, sobre educação, sobre o desenvolvimento do Leo não podia deixar de escrever também sobre o próximo passo, não é verdade?
Estou grávida de 8 semanas, quem trouxe a noticia foi o coelhinho da Páscoa :) e quem vem entregar a encomenda é o Pai Natal :) se tudo correr bem nascerá pelo dia 15 de Dezembro.
Estamos muito Felizes :)

No entanto, não me consigo esquecer que se trata de uma gravidez de risco, como muitas de vocês devem saber a gravidez do Leo não terminou muito bem, tive Hellp Sindrome, como já contei aqui.
As hipóteses de voltar a acontecer são elevadas, mas como diz o meu médico agora sabemos que pode acontecer, não acontecerá como da outra vez que estive eu e o Leo em sofrimento 3 dias sem saberem o que tinhamos.
Já comecei a fazer uns exames extras para que o acompanhamento da gravidez seja mais intenso e para que seja detectado a tempo.
Hoje fui a uma consulta e está tudo bem, o médico falou-me de um exame ao sangue que é muito recente e que pode mostrar as probabilidades de vir a ter o sindrome de novo, quando tiver mais pormenores sobre o exame que é feito pelo 4 mês falarei aqui.
Também fui aconselhada a fazer o exame de ultra-som onde será medida a Translucência Nucal do bebé, permitindo assim calcular o risco de uma anormalia cromossomica (alguma de vocês já vez este exame?) este exame é feito entre as 12 e as 14 semanas de gravidez e o risco do bebé ter anomalias cromossomicas como é o caso do sindrome de Down é maior a partir dos 35 anos, eu tenho 30 mas mesmo assim o médico aconselha. Quem tiver interesse em saber mais sobre este exame poderá ler aqui. Em principio vou fazer o exame, é um exame não evasivo, um simples ultra-som e que me vai pelo menos dar respostas que não terei necessidade de trazê-las na cabeça até ao final da gravidez.

Agora basta-me ficar atenta ao meu corpo, ter calma e ultrapassar esta fase de enjoos que está a ser mais intensa que da última vez. Sinto-me bastante preocupada com o que pode acontecer, mas foi o risco que escolhi correr, quero muito ter outro filho e vou fazer de tudo que estiver ao meu alcance para que a gravidez corra o mais tranquilamente possível.
Tenho sonhos como tinha na gravidez do Leo: o parto normal é o maior de todos, mas agora sei que se tiver o sindrome não será possível mas pelo menos escolherei um hospital que me possa assistir a mim e ao meu filho(a) sem termos que ser separados. A separação de 4 dias do Leo, sem sequer ter olhado para ele, foi e é ainda hoje uma dor muito grande e não quero passar por isso de novo.

Mas tenho que ter pensamento positivo, que o meu novo tesouro merece se desenvolver num corpo tranquilo e feliz. :)





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